AVIEIRAS 02

AVIEIRAS – Viagem de Lamas

De Maria Gil, pelo Teatro do Silêncio
ONDE | Casa de Teatro de Sintra
QUANDO | 28 Out a 6 NOV
                    Sex. e Sáb. 21:30 | Dom. 16:00
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/12
DURAÇÃO:
50 MIN
Info e RESERVAS: 219233719
Bilhetes Online: aqui

AVIEIRAS – Viagem de Lamas

TEATRO DO SILÊNCIO

«Desembaraçadas e aguerridas, as mulheres da Praia de Vieira são das mais corajosas, na luta pela vida, e também das mais sacrificadas. Para elas não há limite de trabalho nem escolha de tarefas…»
«A avieira é verdadeiramente, a camarada do marido, a sua companheira de todas as horas, trabalhando com ele e suportando as mesmas agruras que ele suporta. Não é camponesa nem nasceu na região. Veio de longe, da praia de Vieira, mas fica ali, às vezes, o resto da vida. O lar é o barco, no barco lhe nascem os filhos, e raramente consegue construir uma casa – suprema
aspiração de todas. Quando o rio não lhe dá peixe e a fome é a mais trágica realidade, a avieira vende fruta, trabalha no campo ou no que lhe apareça. É das figuras mais impressionantes e
corajosas do nosso povo! »

Maria Lamas, As Mulheres do Meu País, p.331 e p.297

SOBRE O ESPETÁCULO
Avieiras, viagem de Lamas tem como ponto de partida relatos e testemunhos actuais de mulheres pertencentes a comunidades avieiras das aldeias Palhota e Escaroupim e ainda de Vila Franca de Xira e da Praia da Vieira de Leiria. Trata-se da continuação de um projecto de etnografia artística desenvolvido por Maria Gil desde 2018 (Mulheres em Terra, Homens no Mar), junto a mulheres de comunidades piscatórias e ligadas ao mar. O espectáculo parte ainda do trabalho realizado pela jornalista Maria Lamas em, As Mulheres do Meu País, para apresentar uma visão contemporânea do processo emancipatório da condição feminina dentro destas comunidades desde a segunda metade do século XX até aos dias de hoje.


SOBRE A COMUNIDADE AVIEIRA
A comunidade avieira era constituída sobretudo por famílias de pescadores da Praia da Vieira de Leiria, mas também da zona da Murtosa que, quando o mar estava bravo durante o inverno,
se deslocavam em carroças, barcos, e até a pé, na direção do Tejo, para aí se dedicarem à pesca. Inicialmente, viviam dentro das embarcações – os saveiros – mas com o passar dos anos
acabaram por se fixar ao longo das margens, onde construíam casas de madeira, cobertas com caniços e assentes em palafitas, que os protegiam das cheias do rio e dos efeitos do solo arenoso. As mulheres avieiras sabem pescar, lançar, lavar, coser e remendar as redes. Eram
elas quem remava o barco e ainda quem carregava o peixe à cabeça para o ir vender de porta em porta, pelos caminhos ou junto aos mercados – tudo a pé.



«As pessoas continuam a relacionar-se com e a preservar as suas histórias. Este espectáculo é sobre ouvir histórias para voltar a contá-las com tudo o que se acrescenta mas também com tudo o que fica nos esquecimentos. Alguém disse, uma rede é uma colecção de buracos».

Maria Gil

FICHA ARTÍSTICA

Criação, dramaturgia e interpretação: Maria Gil
Realização de vídeo e edição de imagem: Joana Linda
Sonoplastia e desenho de luz: Maria Gil
Apoio à dramaturgia: Tiago Pereira
Apoio ao desenho cénico: João Ferro Martins
Mediação/apoio à produção e à criação: Aleixa Gomes, Beatriz Baião
Comunicação: Sara Cunha
Produção: Teatro do Silêncio 2022
Parceria: Projecto Palhota Viva, Chão de Oliva – Casa de Teatro de Sintra

O Teatro do Silêncio é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa – Cultura / Ministério da Cultura – Direção-Geral das Artes e pela Junta de Freguesia de Carnide