Companhia de Teatro de Sintra e Companhia de Teatro Fladu Fla apresentam

Uma Escuridão Bonita

de Ondjaki, encenação de paula pedregal

AUTOR: Ondjaki
ADAPTAÇÃO E ENCENAÇÃO: Paula Pedregal
COCRIAÇÃO: Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva | Companhia de Teatro Fladu Fla – Cabo Verde
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/6
DURAÇÃO APROX.: 60 min
ESTREIA: 12 DE OUTUBRO 2023

AGENDA

26 OUT | 19h | Centro Cultural Português, Praia, Cabo Verde
VII TEARTI – Festival Internacional de Teatro do Atlântico
Bilhetes/reservas: entrada gratuita mediante reserva pelo email ccp.divulgacao@gmail.com

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a digressão

A Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva e a Companhia de Teatro Fladu Fla apresentam um espetáculo baseado no texto de Ondjaki, autor internacionalmente reconhecido e premiado.  Com encenação e adaptação de Paula Pedregal, da Companhia de Teatro portuguesa, Uma Escuridão Bonita foi o espetáculo escolhido pela produção do VII Festival TEARTI para encerrar o mesmo no Centro Cultural Português da Praia, Cabo Verde, já no dia 26 de outubro. A interpretação é de uma dupla de atores da Fladu Fla, Sheila Martins e Alvaro Cardoso. 

Sheila e Alvaro fizeram uma residência de 1 mês e ½ em Portugal, com o Chão de Oliva, para a realização desta criação artística e, nas palavras de Sheila “Os ensaios foram intensos, mas muito gratificantes. Enquanto atriz dessa coprodução, pude testemunhar o nascimento de algo verdadeiramente especial. A união das mentes criativas e a paixão dedicada a cada detalhe resultaram numa experiência única.” e também “A peça faz-nos questionar, rir, chorar e, acima de tudo, refletir sobre a beleza que reside até mesmo nos momentos mais sombrios da vida. É uma obra que nos convida a explorar os cantos e encantos mais escuros da existência humana, iluminando aspetos da vida que muitas vezes são ignorados.”.

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o espetáculo

Pamodi ku ta inventa stórias?
Pa nós skuridon fika más bonita.

E se faltasse a eletricidade, e não fosse possível carregar dispositivos móveis? E se tivéssemos que usar as lanternas, a luz das velas, durante umas horas por dia, durante uns dias? Teria esse momento alguma espécie de magia? Talvez o teatro possa devolver a possibilidade de se  imaginar, sonhar, serem felizes, sem a tecnologia sempre presente nas suas vidas. Que lugar ocupa a natureza na vida das crianças/jovens que vivem longe do campo? Será que trepar às árvores e saltar muros, ainda é um desafio excitante? Será que o primeiro beijo ainda é uma experiência marcante?

“Uma Escuridão Bonita” é muito mais que a estória de um beijo. Mas podia ser apenas isso…

Este espetáculo insere-se  no ciclo temático denominado “Geografia da Experiência” que o Chão de Oliva programou para o ano de 2023, no sentido de refletir sobre assuntos que nos preocupam, relacionados com as crianças e jovens que nasceram e cresceram com as tecnologias digitais presentes nas suas vivências. Nesta reflexão, uma das questões mais imediatas relaciona-se com o impacto da tecnologia na  saúde mental destas crianças e adolescentes, proporcionando-nos assim a oportunidade de nos debruçarmos sobre várias temáticas relacionadas com as primeiras experiências nesse tempo e espaço da adolescência.

A encenação pretende, ao contar esta estória,  manifestar uma posição relativamente à forma como nós, os adultos, ocupamos o tempo das crianças e já agora, o nosso tempo, tendo implícita uma reivindicação: o direito ao ócio – o tempo sem obrigações – como premissa essencial e obrigatória, para um crescimento saudável; o direito de  ter tempo para brincar, não fazer nada, para conversar, para contemplar, para imaginar ou ouvir o silêncio…

Assim, entre os vários questionamentos que trazemos para debate através deste texto, salientamos por exemplo a mercantilização do lazer que a sociedade contemporânea  visa, dificultando os momentos de lazer gratuitos, ainda disponíveis e ao alcance de todos.

Ondjaki propõe-nos uma viagem permeada de poesia e emoções, com a qual construímos um espetáculo com uma poética de cena que transporta os espectadores jovens (e não só) para um lugar de contemplação. A contemplação como alternativa ao vazio, normalmente preenchido pelo consumo voraz de tudo o que se prende com as tecnologias (videojogos, internet etc.) experimentando também, através do teatro, o sentimento de pertença e identidade.

o autor

Ondjaki nasceu em Luanda, em 1977, e, além de romances e poesia, é autor de livros infantis, contos, novelas, teatro e argumentos de cinema. É também, de acordo com o júri do Prémio Literário Virgílio Ferreira de 2023, da Universidade de Évora, um autor cujo “contributo que faz para que a língua portuguesa seja língua de reconciliação e mesmo de consciência crítica para todos os falantes de português” deve ser amplamente reconhecido, razão pela qual tanto este como diversos outros prémios nacionais e internacionais já lhe foram atribuídos desde 2004. Destacam-se aqui o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão/APE em 2007, e o Prémio Saramago da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil em 2013.

A beleza e imaginário das suas obras, construídas sob a realidade que experiencia, são inegáveis. É com muita alegria que trazemos uma delas – Uma Escuridão Bonita – a cena aqui na Casa de Teatro de Sintra.

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a encenadora

Paula Pedregal volta a ser a encenadora da próxima criação da Companhia de Teatro de Sintra e, por isso mesmo, é tempo de vos reapresentar a nossa codiretora artística.

Formada em Teatro e, mais tarde, em Encenação pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, desenvolveu também a técnica O Método para o Ator, com Marcia Haufrecht. A Paula é atriz, encenadora, professora de teatro e codiretora artística do Chão de Oliva.

Como atriz, iniciou carreira no Teatro da Cornucópia, seguindo depois para o Teatro da Garagem. Participou ainda em vários projetos para televisão e cinema.

Como encenadora, começou por adaptar e encenar a “Crónica dos Bons Malandros” de Mário Zambujal, seguida da encenação de “As Criadas” de Jean Genet (2015) na Companhia de Teatro de Sintra. Recentemente, encenou “Bestas de Lugar Nenhum” (2022) para a Companhia de Teatro de Sintra e “A Cruzada das Crianças” (2022) para a Fio d’Azeite, companhias residentes do Chão de Oliva.

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os atores

A Cabo-verdiana Simónica Martins Sanches, artisticamente conhecida como Sheila Martins, é licenciada em Jornalismo, trabalha como Técnica de Comunicação e é também a atual Presidente da Companhia de
Teatro Fladu Fla. Ainda encontra tempo para ser atriz da mesma companhia, para onde entrou em 2014, e comediante nas redes sociais.

Como atriz, começou por, em 2015, fazer parte do elenco de apresentação da peça teatral “Democracia e Cidadão” no  I seminário internacional de intercâmbio de saberes de cidadania fiscal- Brasil, Cabo Verde e Honduras. Com a Fladu Fla veio ao PERIFERIAS do Chão de Oliva em 2022 e participou em diversas peças a nível nacional.

A integração do elenco da “Escuridão Bonita” é um novo marco na carreira que quer construir, como também a realização de um sonho.

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Alvaro Cardoso, igualmente Cabo-verdiano, é um homem de 7 ofícios, tendo começado a trabalhar com o pai em carpintaria, para depois enveredar pelo caminho das artes plásticas e design gráfico/multimédia. Também as artes de palco o cativaram e deu os primeiros passos nesta arte em 2007 na Companhia de Teatro Fladu Fla, onde é atualmente coordenador artístico, ator e formador.

Como ator, teve a oportunidade de apresentar espetáculos no festival FESTECA em Angola, PERIFERIAS do Chão de Oliva em Portugal (na primeira co-produção com Companhia de Teatro de Sintra), e em festivais nacionais em São Vicente e Sal. Já teve também participações em televisão e em recriações históricas. Foi ainda Diretor Artístico da III edição do Festival TEARTI em 2019.

Vir para Portugal para a produção da “Escuridão Bonita” é mais um desafio que abraça com energia positiva.

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a equipa criativa

Para a produção de “Uma Escuridão Bonita” contamos com três excelentes artistas na equipa: Luís Santos, Daniel Worm e Abel Arez.

Ficámos felizes quando o Luís aceitou o convite da Companhia de Teatro de Sintra para imaginar e criar toda a cenografia e os figurinos desta produção. Formado em Realização Plástica do Espetáculo e em Design de Cena, pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, após estagiar no Teatro Nacional D. Maria II, esteve durante 20 anos como assistente de cenografia no Teatro da Cornucópia, até dar o salto em 2018 para trabalhar como cenógrafo, figurinista e aderecista de diversas obras artísticas. Paralelamente, desenvolve trabalhos na área das artes plásticas, fotografia e ensino artístico, e foi cofundador do “Teatro Público”, tendo sido o responsável pela cenografia e figurinos de todos os espetáculos até 2002.

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O Daniel já tinha trabalhado connosco há alguns anos, e voltou agora a abraçar este desafio de tornar a Escuridão verdadeiramente especial. Desenhador de Luz independente firmado em Lisboa, iniciou a sua carreira profissional de Técnico de Luz em 1984, trabalhando em instituições como o Ballet e a Orquestra Gulbenkian e a ACARTE. Foi Diretor Técnico do Teatro Nacional S. João (Porto) e do Festival Internacional PO.N.T.I.97. Foi também Diretor Técnico Adjunto do Festival dos Cem Dias e do Teatro Camões durante a Expo98. Desde 1987 que colabora, em regime de freelance, com os seus trabalhos de iluminação com encenadores, coreógrafos e compositores nacionais e internacionais em diversas vertentes das artes de palco.

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O Abel fez connosco a música para “Bestas de Lugar Nenhum”, colaborou em “A Cruzada das Crianças” e regressa agora para criar toda a atmosfera sonora da Escuridão. Especialista em Música na Comunidade, é Professor Adjunto da Escola Superior de Educação de Lisboa, onde também coordena a Licenciatura em Música na Comunidade desenvolvida em conjunto com a Escola Superior de Música de Lisboa. Faz investigação, composição e criação musical nas áreas da Arte Comunitária e dos processos de Desenvolvimento Comunitário tanto nacional como internacionalmente, colaborando com artistas, encenadores e coreógrafos diversos.

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as companhias de teatro

Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva

Companhia residente do Chão de Oliva – Centro de Difusão Cultural, a Companhia de Teatro de Sintra (CTS) foi a primeira estrutura profissional de teatro a ser criada em Sintra, em 1990, mantendo, desde então, uma atividade contínua de criação.

O crescente reconhecimento do trabalho desta Companhia reflete-se em convites para a participar em festivais e colaborar em coproduções com várias companhias e estruturas portuguesas e estrangeiras, como são o caso, entre outras, de A Comuna – Teatro de Pesquisa, Companhia de Teatro de Almada, Teatro Praga, JGM, Teatro da Garagem, Mala Voadora, Compª Cuarta Pared (Madrid), Teatro Matarille (Santiago de Compostela), Grupo Teatro Por Que Não? (Santa Maria, Brasil), Grupo Lareira Artes (Maputo, Moçambique), CACAU-Fundação Roçamundo (São Tomé e Principe), Fladu Fla (Cabo Verde).

Mais detalhes aqui

Companhia de Teatro Fladu Fla – Cabo Verde

Companhia fundada por Sabino Baessa em 2002, com o objetivo de promoção da identidade cultural cabo-verdiana pela arte teatral, sendo que nas palavras do seu fundador “O teatro é a arte que espelha a alma de um povo”.  É organizadora do TEARTI – Festival de Teatro do Atlântico, que leva a Cabo Verde espetáculos nacionais e internacionais, de Cabo Verde, Brasil, Portugal, Angola e Marrocos, por forma a difundir o impacto desta arte na sociedade. Este festival tem em 2023 a sua VII edição, na qual a “Escuridão Bonita” será apresentada dia 26 de outubro.

No papel de Presidente desta companhia, Simónica indica que quer dar continuidade à capacitação dos atores da mesma de modo a ajudar a
melhorar a qualidade do teatro em Santiago e em Cabo Verde. Para além de buscar recursos para que a “Fladu Fla” esteja presente nos mais e melhores palcos nacionais e internacionais, a sua jovem presidente pretende também incentivar a inclusão social através das artes cénicas, socializar as comunidades com os valores artísticos e culturais, usando o teatro como instrumento de educação à semelhança da ciência, acreditando que a arte também produz conhecimentos. Isto tudo para que o teatro seja mais valorizado em Cabo Verde, enquanto “terapia que cura
e liberta a alma das pessoas”.

Mais detalhes aqui

FICHA ARTÍSTICA e TÉCNICA

Autor Ondjaki
Encenação e Dramaturgia Paula Pedregal
Interpretação Sheila Martins e Alvaro Cardoso
Cenografia e Figurinos Luís Santos
Música e Som Original Abel Arez
Desenho de Luz Daniel Worm
Operação Técnica Cláudio Martins
Montagens e Execução Cenográfica Luiz Quaresma

Coprodução: Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva e Companhia de Teatro Fladu Fla – Cabo Verde
Direção de Produção Nuno Correia Pinto
Produção Executiva Nisa Eliziário
Direção de Comunicação Susana C. Gaspar
Comunicação Catarina Fontinha
Fotografia Susana Chicó
Videografia Rita P. Granzina – Pulpi Fiction
Secretariado e Apoio à Direção e Produção  Cristina Costa
Direção Chão de Oliva
Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal
e Susana C. Gaspar