NA SOLIDÃO DOS CAMPOS DE ALGODÃO

AUTOR: Bernard-Marie Koltès
ENCENAÇÃO: Diogo Dória
CRIAÇÃO: Companhia de Teatro de Sintra
ESTREIA:
3 Outubro 2019

SINOPSE

Na Solidão dos Campos de Algodão é um texto que traduz o que se passa na cabeça de um dealer e de um cliente durante a combinação de um negócio que nunca chega a acontecer. Nunca será revelado o produto que o vendedor tem para vender nem o desejo do comprador. Trata-se da exposição de um pensamento e do constante impasse que o envolve. Dois homens que se encontram por acaso num lugar ilícito, cada um à vez tomando a palavra e fazendo oscilar ora o poder ora a confissão da falta, que desde Platão se sabe ser a característica do desejo: “Estou aqui para encher os abismos do desejo”.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Bernard-Marie Koltès nasceu em 1948, em Metz, no seio de uma família católica de burguesia militar. Interessou-se pelo teatro quando, em 1969, assistiu à atuação da atriz María Casares na peça Medeia, de Séneca. Ingressou então no Teatro Nacional de Estrasburgo, onde vivia.


Em 1970, fundou a sua própria companhia, Théâtre du Quai, e começou a redigir e encenar as suas próprias peças. Koltès efetuou então uma série de viagens importantes, entre as quais a Nova Iorque e ao Canadá, em 1968, e à URSS, em 1973-1974. Em 1975, o autor instalou-se em Paris. Em 1977, escreveu o monólogo “La nuit avant les forêts”, que marcou uma rutura com a sua obra até então. Entre 1979 e 1989, escreveu cinco peças : “Combat de nègre et de chiens” (1979), “Quai Ouest” (1983), “Dans la solitude des champs de coton (1985), “Le retour au désert” (1988) e “Roberto Zucco” (1989). O trabalho dessa década é essencialmente narrativo e marcado pela colaboração com o encenador Patrice Chéreau.


As suas peças, habitadas pelo enigma, são caraterizadas pela simultânea necessidade de diálogo e impossibilidade da comunicação.
Bernard-Marie Koltès morre prematuramente, em 1989.

BIOGRAFIA DOS INTÉRPRETES

ANDRÉ LOUBET (1990)

Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema. Estreou-se como ator em 2010, tendo trabalhado com encenadores como António Júlio, Rogério de Carvalho, Luís Miguel Cintra, Jorge Silva Melo, Catarina Requeijo ou Gustavo Ciríaco. Representou várias personagens em várias produções para Teatro Nacional D. Maria II, Artistas Unidos, Teatro da Cornucópia, Materiais Diversos, Teatro do Bolhão ou Numa Norma.

DIOGO DÓRIA (1953)

É um ator e encenador português.


Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Filosofia. Estreou-se como ator em 1975, tendo trabalhado com encenadores como Osório Mateus, Filipe La Féria, Solveig Nordlund, Miguel Guilherme, Jorge Silva Melo ou Luís Miguel Cintra. Com uma extensa filmografia, foi dirigido pelos realizadores José Fonseca e Costa, Vítor Gonçalves, João Mário Grilo, João Botelho, João Canijo, Edgar Pêra, Jorge Silva Melo, Raoul Ruiz, Wim Wenders. Representou diversas personagens em filmes de Manoel de Oliveira, nomeadamente Francisca (1981), Le Soulier de Satin (1985), Os Canibais (1988), Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), A Divina Comédia (1991); Vale Abraão (1993), A Caixa (1994), Inquietude (1998), Espelho Mágico (2006). Fundador e encenador d’ A Cantina Velha, aí concebeu vários espetáculos, a partir de textos de autores como Samuel Beckett, Nathalie Sarraute, Robert Pinget e Almeida Faria.

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

Texto: Bernard-Marie Koltès | Tradução: Nuno Júdice | Encenação: Diogo Dória | Interpretação: André Loubet e Diogo Dória | Cenografia e Figurinos: Elsa Bruxelas | Assistência de Cenografia e Figurinos: Fernando Oliveira, Filipa Camacho | Desenho de Luz: Rui Seabra | Operação de Luz e Som: Marco Lopes | Secretária de Direção e Produção: Cristina Costa | Fotografia: Filipa Camacho | Design: Marco Lopes | Montagem: Luiz Quaresma, Marco Lopes, Bruno Santiago | Produção: Chão de Oliva | Direção Artística e de Produção: Nuno Correia Pinto.