(…) O Periferias é um fruto que amadureceu e ficou pronto a colher, corriam as águas de Março de 2012. Este ano, novamente em Março, completa-se novo ciclo e renova-se o convite à colheita e à prova. A colheita não é a que ambicionávamos. Tivemos de combater muitas pragas que deixaram sequelas. Mas para o ano aqui estaremos a admirar, a cheirar e a partilhar o sabor dos novos frutos.
Numa época em que os vendilhões de almas, e seus acólitos, apregoam ser de estação única, a do inverno compressor e estéril, a do inverno “ai aguentam, aguentam” do banqueiro Ulrich, para defender esta árvore e as outras do pomar que plantámos, juntar-nos-emos a todos aqueles que resistem e não esmorecem na luta em defesa dos seus direitos de cidadania, e na recusa da canga a que nos querem amarrar para impedir o levantar da cabeça.
João de Mello Alvim, Director Artístico
Pelo Grupo Teatral Lareira (Maputo, Moçambique)
Calvino (cego) e Tendeu (de braços amputados) são dois mendigos, que têm como sua casa um poste e vivem naquele local com an esperança de que um dia volte para ali, o milionário Drumond Galaska, o qual dizem ter lhes prometido tirar da pobreza. Enquanto esperam o Drumond Galaska levam a “Cavaqueira do Poste” cujo tema é a grande questão: a crise financeira mundial é causada pela miséria e a má distribuição dos recursos? Ou então, será o facto de nascermos maningues enquanto não temos nem sequer migalhas para o estômago?
TEXTO: SÉRGIO MABOMBO; ENCENAÇÃO: ELLIOT ALEX; ELENCO: SÉRGIO MABOMBO E DIAZ SANTANA; PRODUÇÃO: GRUPO DE TEATRO LAREIRA; PRODUÇÃO EXECUTIVA: LEONEL MENDES E CÉLIA RUTH; LUZ, SOM E CENOGRAFIA: NELSON; VÍDEO E IMAGEM: NELSON MONDLANE; FOTO E GRAPHIC DESIGNER: ELLIOT ALEX; APOIOS: ROSA LANGA, CENTRO CULTURAL FRANCO MOÇAMBICANO-CCFM E FÉLIX TINGA (AQUELE ABRAÇO); AGRADECIMENTOS: CENTRO CULTURAL FRANCO MOÇAMBICANO
Pela Alma d’Arame (Montemor-o-Novo)
De carácter experimental, este trabalho pretende fazer uma ligação entre dois universos, bem distintos: o do teatro de objectos e de marionetas com o universo da música experimental electro – acústica. O projecto inspira-se num episódio verídico em que um funâmbulo (equilibrista) de nome Karl Wallenda, na tentativa de atravessar dois prédios em San Juan, Porto Rico, no dia 22 de Março de 1978, morre, em directo para o canal televisivo porto-riquenho WAPA-TV. Não queremos contar a história dramática da vida deste artista, mas sim a eminência da queda, essa questão de segundos que a antecede e, em que, ao deparar-mo-nos com ela, somos confrontados com uma opção: deixo-me ir ou não. Tomando como ponto de partida a própria condição do artista quando se depara com os problemas do seu trabalho no momento da criação e das escolhas.
CONCEPÇÃO/DIRECÇÃO ARTISTICA: AMÂNDIO ANASTÁCIO; CRIAÇÃO: AMÂNDIO ANASTÁCIO E JOÃO BASTOS; ACTOR/MANIPULADOR: AMÂNDIO ANASTÁCIO; PRODUÇÃO: MARIA MANUEL; DISPOSITIVO CÉNICO E MARIONETAS/OBJECTOS: AMÂNDIO ANASTÁCIO E ILDEBERTO GAMA; DESENHO DE LUZ : JOÃO SOFIO; SONOPLASTIA: JOÃO BASTOS; CONSTRUÇÃO DE OBJECTOS: MIGUEL CARVALHO, ANA MARGARIDA PEREIRA E CARLOS FERRAZ; CONSULTORES ARTÍSTICOS: ILDEBERTO GAMA E IGOR GANDRA; VIDEO/INTERACÇÃO: JOÃO BOLILA E LUIS GRIFU
Pelo Teatro Extremo (Almada)
Um contador de histórias árabe conta uma lenda que narra a história de amor entre um rei e uma donzela do longínquo norte. À medida que o contador de histórias vai desenvolvendo o fio condutor desta lenda, o seu próprio imaginário transporta a sua narração para um outro conto sobre ladrões, sábios, tesouros e encantamentos… Baseado nos contos populares “A Lenda das Amendoeiras em Flor” e “A Lenda do Ladrão da Vida e da Morte”.
CONCEÇÃO E INTERPRETAÇÃO: FERNANDO JORGE LOPES; MOVIMENTO AFONSO: GUERREIRO; SONOPLASTIA: CELESTINO VERDADES E FERNANDO JORGE LOPES; FIGURINOS: ALICE ROLO; DESENHO DE LUZ: CELESTINO VERDADES
Pela d’Orfeu – Associação Cultural (Águeda)
Mal-Empregados é um espectáculo pseudo-sério, pseudo-cómico, absurdo qb e tendencialmente minimal. Dois actores-músicos, aparência por decifrar – farão o quê? -,desafiam-se, revezam-se, fartam-se, tentam sempre outra coisa. Tanto pode resultar como não. Uma caricatura irónica dos especialistas em polivalência. Para se chegar a uma conclusão: mal-empregados!
INTERPRETAÇÃO: RICARDO FALCÃO E LUÍS FERNANDES; DIRECÇÃO DE ACTORES: ÂNGELO CASTANHEIRA; ENCENAÇÃO: RUY MALHEIRO E FERNANDO MOTA; DIRECÇÃO TÉCNICA: RUI OLIVEIRA
Pela Alma d’Arame (Montemor-o-Novo)
Visando um público infanto-juvenil, “As histórias do Zé Broa” pretendem reconstituir um curioso dispositivo de autoria de Manuel Rosado, marionetista popular famoso pelo seu Pavilhão Mexicano com que percorria as feiras portuguesas em meados do século passado. Inspirado em «passes» da marioneta popular portuguesa mais conhecida, o Teatro Dom Roberto, são contadas algumas histórias em que o personagem Zé Broa assume o principal papel na demonstração de um “teatro ambulante” original e sem paralelo, nascido da inventiva de Manuel Rosado.
TEXTO, RECONSTITUIÇÃO DO DISPOSITIVO CÉNICO, FIGURINOS E MARIONETAS: ILDEBERTO GAMA, ENCENAÇÃO: ILDEBERTO GAMA E AMÂNDIO ANASTÁCIO, INTERPRETAÇÃO: ILDEBERTO GAMA
Pelo Grupo de Teatro Lareira (Maputo, Moçambique)
No actual cenário de conflitos armados em África, diferentes mentalidades convergem para o mesmo sonho: Escapulir para terras distantes que tenham alguma acalmia, “certamente o primeiro mundo.” Neste cenário, Mazuze, pretende cumprir com a promessa de dar enterro ao seu irmão Crespim Luciano Crespo. A única certeza deste estar morto, é o facto de aparecer em sonhos do Mazuze, cobrando o seu próprio enterro. Por sua vez a esposa do Mazuze, a Rosa, acredita que a mala, na posse do casal, está cheia de dinheiro e irá possibilitar a realização do sonho de escapar para terras longínquas. Quando todas as esperanças desabam, Mazuze e Rosa renovam a esperança de uma África diferente: Um destino pacífico, distante da maldição dos minérios e dos “incribiliões” de dólares que alimentam os conflitos armados.
TEXTO: SÉRGIO MABOMBO; ELENCO: DIAS SANTANA E SÍLVIA MENDES; DESENHO DE LUZ: FILIPE TEMBE
Fernando Ferreira (Guiné-Bissau/Portugal)
Após o lançamento do seu cd de estreia intitulado Mestiço, onde reúne canções que traduzem as suas influências musicais e origens africanas numa perspetiva worldmusic, Fernando Ferreira cria propositadamente para o Periferias um espetáculo a partir deste seu primeiro trabalho onde inclui ainda uma incursão pelo triangulo Portugal, Africa e Brasil num alinhamento criado para este evento.
Pelo S.A. Marionetas (Alcobaça)
Pequenas histórias de um lugar onde os seus habitantes vivem as mais variadas peripécias. A inocência das ações resulta em momentos hilariantes de humor vividos pelas personagens esculpidas em esponja. Os sons e os movimentos substituem as palavras, as marionetas cativam-nos com a sua simplicidade transportando-nos para um lugar mágico e cativante e etc., etc., etc… entretanto o pequeno cão fez algo que não devia, o gato brinca com um balão e etc., etc. e etc…
ORIGINAL DE JOSÉ GIL,NATACHA COSTA PEREIRA E SOFIA VINAGRE; ENCENAÇÃO: NATACHA COSTA PEREIRA, SOFIA VINAGRE E JOSÉ GIL; CONSTRUÇÃO DAS MARIONETAS: NATACHA COSTA PEREIRA E JOSÉ GIL; MANIPULAÇÃO: JOSÉ GIL, SOFIA VINAGRE E NATACHA COSTA PEREIRA; PRODUÇÃO: S.A.MARIONETAS – TEATRO & BONECOS
Por Walter Cedro (S. Paulo, Brasil)
Baseado na literatura de cordel o Teatro de Mamulengo, onde a música surge como elemento condutor, entrelaçando um curioso enredo, Exemplos de Bastião é um espetáculo que conta a história de um Palhaço de Folia de reis que se mete em várias confusões com a sua burrinha Relâmpago, Padre Simão sem cuidado e Capitão João Redondo bichos do além, tudo para conquistar a maravilhosa Rosinha do Bole Bole. Sempre trabalhando com comunicação directa e a participação voluntária do público, que é considerado como mais um elemento do espetáculo, podendo interferir e até determinar novos rumos para a história, cada apresentação é uma novidade, confirmando que com mestria e graça, a arte é sempre uma grata surpresa, para crianças e adultos
BRINCANTE: WALTER CEDRO; TRILHA SONORA: KEJIM, ROSIMAR CEDRO E WAGNER NASCIMENTO
Por Waldeck de Garanhuns (Brasília, S. Paulo)
Baseado na literatura de cordel o Teatro de Mamulengo, onde a música surge como elemento condutor, entrelaçando um curioso enredo, Exemplos de Bastião é um espetáculo que conta a história de um Palhaço de Folia de reis que se mete em várias confusões com a sua burrinha Relâmpago, Padre Simão sem cuidado e Capitão João Redondo bichos do além, tudo para conquistar a maravilhosa Rosinha do Bole Bole. Sempre trabalhando com comunicação directa e a participação voluntária do público, que é considerado como mais um elemento do espetáculo, podendo interferir e até determinar novos rumos para a história, cada apresentação é uma novidade, confirmando que com mestria e graça, a arte é sempre uma grata surpresa, para crianças e adultos.
BONECREIRO: WALDECK DE GARANHUNS
Pela Inestética Companhia Teatral (Vila-Franca de Xira)
A série de 3 curtas performances Comfort Zone é, por oposição ao próprio título, um espaço de transgressão onde a palavra “sofá” será definitivamente substituída pela palavra “cadeira”. The Baking Powder Girl, Comfort Zone e Walking Girl constituem uma proposta no âmbito da “Performance Art”, género artístico que se distingue pela fusão de diferentes linguagens, onde o corpo surge como suporte e principal meio de expressão. Os três eventos têm como denominador comum a criação de um território fora dos limites da “zona de conforto” dos próprios performers, que explora a relação directa com os espectadores através de uma linguagem de síntese, essencialmente visual, sem recurso a uma estrutura narrativa pré-definida.
Estamos todos confortáveis, certo?
CONCEPÇÃO: ALEXANDRE LYRA LEITE; COM: ALEXANDRE LYRA LEITE, INÊS GONÇALVES, INÊS MARTINS, JOANA CAÇADOR E JOÃO LUZ; DESIGN GRÁFICO: RITA LEITE; EXECUÇÃO CENODRÁFICA: MARCO RIBEIRO; FOTOS: PEDRO MENDONÇA; AGRADECIMENTOS : BEATRIZ FEIO, JOSÉ RICARDO RIBEIRO, MARCO RIBEIRO, PEDRO MENDONÇA, RITA LEITE, TIAGO CRUZ E VITOR HUGO COSTA
Por Isabel Moreira e Paul Timmermans (Portugal / Bélgica)
A procura de beleza leva-nos a encontrar na natureza o local perfeito para namorar. Ela é testemunha silenciosa do primeiro beijo, da melancolia, do erotismo e da conflituosidade com a invenção da classe, inveja e poder. Seguindo cronologicamente algum trabalho do compositor Claude Debussy (1862-1918 cruzamo-la com obras de compositores seus contemporâneos, Gabriel Fauré, Guillaume Lekeu e Maurice Ravel. Em fragmentos, viajaremos no cair da tarde e abraçando a noite entre França, Bélgica, Grécia e Israel evocando os sentidos para a luz, o vento, o toque, o divino e o som.
VOZ: ISABEL MOREIRA; PIANO: PAUL TIMMERMANS
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