AUTOR: AUGUST STRINDBERG
ENCENAÇÃO: JOÃO DE MELLO ALVIM
ESTREIA: 16 DE SETEMBRO DE 2005

SOBRE O ESPECTÁCULO

O que nos mostra a «Menina Júlia»?

Primeiro, numa teoria de amor aos olhos de Strindberg: luta de sexos, recalques e escalpes, desforrar, diabolismo humano, humilhações e a fatal derrota de uma das partes (teoria presente em obras do mesmo autor aqui e além entretecida de laivos misóginos).

Depois, o tema gritante do desnível de classes, embora o criado não pretenda uma transformação capaz de banir as injúrias sociais, antes deseje, friamente, a passagem ao estrato superior.

O criado vagueia entre o sonho de subir a árvore, de alcançar o grau imediato, através da mácula de Júlia. E os reflexos condicionados duma vida de criado aptos a responderem à chamada, ao mais leve estimulo (…).

[…]

Outros e outros temas emergem dos anteriores. Caberá ao leitor o exercício agradável de os detectar e descobrir quão intimamente se encontram entrelaçados de modo a possibilitarem toda a riqueza da peça.

Pede-se ainda ao leitor que atente na maestria formal da obra, na sempre crescente tensão dramática, e no respeito pelos cânones da escola a que pertence.

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

Autor: August Strindberg; Dramaturgia: João de Mello Alvim e Manuel Sanches; Encenação: João de Mello Alvim; Interpretação: Assunção Meireles, Cristina Basílio e Rogério Jacques; Cenário: António Casimiro; Figurinos: Miguel Sá Fernandes; Imagem Gráfica: Fátima Pinto; Desenho de Luz: André Rabaça; Desenho de Som: Carlos Arroja; Arranjos gráficos e Fotografia: André Rabaça; Direcção de Produção: Maria João Fontaínhas; Produção Executiva: Catarina Nevesdias; Secretariado de Produção: Cláudia Gomes; Bilheteira: Graça Branco; Direcção Técnica e Montagem: Nuno Correia Pinto; Montagem: André Rabaça e Pedro Tomé