'NA doca seca'

texto de joão borges da cunha
encenação de sofia borges

Programa de Acolhimentos do Chão de Oliva_2024

‘Na DOCA SECA’

Texto de João Borges da Cunha
Encenação de Sofia Borges
Interpretação de Pedro Martinho & Sofia Borges

DATAS: 16 a 19 MAIO | Qui. a Sáb. às 21h e Dom. às 16h
CLASS. ETÁRIA: M/14
DURAÇÃO APROX.: 90 min

RESERVAS: 219 233 719 (10h às 22h – preços e condições em bilheteira)
BILHETES: à venda em ticketline.pt (7,5€ público em geral, 5€ < 25 ou 65 < )

Sinopse

Há um pote de cinzas de que é preciso dar conta.

De onde vêm: de um atentado na Nova Atlântida, de uma incineração em Nanquim, de uma fogueira nas margens do Danúbio. Uma mulher. Um homem. As cinzas. Em três momentos, em três lugares, em três incarnações, eles mostram como fazê-lo.

No negócio entre Lady Business e o Senhor Dr. Tipógrafo, ali pelo rooftop do Seagram Building, onde o muito esperado Projecto Attah promete vir a reacender as fachadas. Ou antes, sobre a mesa de jogo na loja de antiques de sua mãe, onde o jovem Laot aposta num sono sem fim, quando a mãe e o primo transacionam o futuro do rapaz por entre jarras da Bavaria e tiaras de crisólitos falsos. Ou ainda, ao pequeno-almoço, com Nantucket à vista, servido no convés do paquete em que viajam Madame Gynt e um certo Grão-duque, que tentam assegurar a trasladação mais digna a Carol Margot, Grã-duquesa de Pressburg.

Acontece, por destino, que não há água onde verter as cinzas, nem lavar o recipiente. É que quando muito se negoceia e mais se viaja, ao chegar, a doca está seca.

Cloisonné

Quando se entra em cena, ela nunca está vazia. E será sempre uma deliberação delicada a escolha dos nossos interlocutores. Por mais que o blackout caia, eles estão sempre lá: os mestres de cena. Aqueles que vincaram e povoaram este território com os seus passageiros, os seus espectros e fragmentos, em busca do ditirambo certo: são as cariátides de uma longa teia… Nesta herança cénica que vagueia pelos três quadros de Na Doca Seca, está a matéria que atravessa os tempos. É ela a protagonista. E com ela também o êxodo dos refugiados da cultura e do pensamento. Nas margens de qualquer Atlântico.

A invocação livre das unidades aristotélicas é aqui o transfer que dos valores faz gente. E em Cloisonné, assombro dos espaços e das arquitecturas que “trituram e digerem” as gentes e o pensamento – uns dos alçados principais na obra escrita do autor.

Também ali está a memória e o percurso enquanto espectador. Essa faceta indelével é também matéria na dramaturgia de João Borges da Cunha. Tantas vezes oculta e esquecida quando invocamos os mestres de cena…

Nesta convocatória, e por “força do hábito”, o código de cena não poderia ser outro – «Ensaie. Ensaie outra vez. Ensaie fatalmente.»

sobre o espetáculo

Selo NDS scaled

Fruto de uma residência artística na Casa de Teatro de Sintra, Sofia Borges assina a encenação da peça escrita por João Borges da Cunha, pondo os espectadores a olhar para si mesmos. A plateia está do lado da ribalta, e o palco é a plateia vazia.

«Na doca seca» é uma peça sobre os grandes traumas mundiais da história contemporânea. E no centro dos quais está a desmesura do 11 de Setembro. Mas ainda as perseguições a dissidentes politicos de regimes vários, e totalitários. Ou a emigração das massas em fuga das terras onde os sonhos foram retirados de circulação. Sonhos de reis e sonhos de larápios.

Equipa artística

JoaoBorgesCunha
João Borges da Cunha

Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/ Gulbenkian com a novela Amor de Miraflores. Vencedor da 1ª Edição do Concurso Textos Volantes da Universidade Católica Editora com o conto «Ernie, David, Gal e Outra Gente do Areal». Publicou as peças Ain’t Miss Saint e A Caridade às Portas encenadas e interpretadas por Sofia Borges. Editado no Reino Unido com o livro de poesia M.J.K’s One Hundred Talks on Mary Jane Kelly (Austin MacAuley Publishers).

SofiaBorges
Sofia Borges

Diplomada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Lisboa, formação Actores. Encenou e interpretou Ain’t Miss Saint de João Borges da Cunha, apresentada em Paris na Maison du Portugal, Festival Parfums de Lisbonne, 2023. João & Beatriz de Carole Fréchette, que encena na Casa de Teatro de Sintra, dentro da iniciativa «Carole Fréchette em Portugal», com o apoio do ConseildesArtsdu Canada e a Câmara Municipal de Sintra.

PedroMartinho
Pedro Martinho

Actor nos espectáculos «Antes de Começar» na Fundação C. Gulbenkian; «Almenara» [em parceria com o Teatro O Bando] e «Bodas de Sangue», «Sonho numa noite de Verão» por Jorge Gomes Ribeiro pela Companhia da Esquina/ Egeac; «La Fritz» por La Fura Del Baus; «Flores de Estufa» de Nuno Júdice por Manuel Coelho no Belém Clube. Em cinema, «Boca morre o peixe» vencedor do Motel Lx/2013.

FICHA ARTÍSTICA e TÉCNICA

Texto: João Borges da Cunha
Encenação: Sofia Borges
Interpretação: Pedro Martinho e Sofia Borges

Música e Sonoplastia: João Borges da Cunha
Luminotecnia e Operação Técnica: Ton Bonassa
Figurinos: Sofia Borges
Fotografia: Gonçalo Ramos

Programa de Acolhimentos Chão de Oliva 2024

Direção de Produção: Nuno Correia Pinto
Produção Executiva: Nisa Eliziário
Secretária de Apoio à Direção e Produção: Cristina Costa
Direção de Comunicação: Susana C. Gaspar
Design e Comunicação: Catarina Fontinha
Execução e Apoio Técnico: Luiz Quaresma
Bilheteira: Paula Malhado
Frente de Sala: Myriam Lopo
Técnica de Limpeza: Gina Prazeres
Direção Chão de Oliva: Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal, Susana C. Gaspar