TEXTO: Miguel Falcão
DRAMATURGIA, CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO: Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal e Susana C. Gaspar
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/16
DURAÇÃO APROX.: 70 min.
ESTREIA: 28 DE NOVEMBRO DE 2024
LOCAL: Casa de Teatro de Sintra
28 nov a 8 dez | quinta a sábado às 21.30h e domingo às 16h
Casa de Teatro de Sintra, Lisboa (localização no google maps)
Bilhetes: ticketline.pt
Informações e Reservas: 219 233 719 (10h às 22h) ou na página da nossa bilheteira
Disponíveis para agendamento de datas adicionais para grupos organizados
A obra conta a estória de Gilhermina e Hermínia que, apesar das suas diferentes origens e contextos, decidem confiar e salvar a vida uma da outra.
Guilhermina foi emigrante na América, onde a patroa a batizou de Winnie. Agora trabalha/vive num cemitério, com o marido, coveiro de profissão. Apanha pancada do seu homem e acha-se merecedora. Apresenta os traços de uma misoginia internalizada, transmitida pela cultura patriarcal.
Hermínia anda fugida do homem por quem julgava estar apaixonada, até ao dia em que o mesmo começou a aterrorizá-la.
Guilhermina/Winnie acolhe Hermínia e empresta-lhe a alcunha: Winnie; e uma sepultura para se esconder do perseguidor.
Estas Winnies constroem uma relação no tempo, com o tempo e fora do tempo, numa relação imprevista de cumplicidade e intimidade.
“As Ressuscitadas” foi o texto vencedor do prémio Nacional de Artes do Espetáculo Maria João Fontaínhas de 2022.
O intuito deste prémio é divulgar e prestigiar as artes do espetáculo em Portugal e contribuir para a renovação e o aparecimento de novos criadores locais e nacionais. Este prémio realiza-se bienalmente e pretende homenagear a atriz, natural de Sintra, pelo seu empenho na área da cultura e da expressão dramática e enquanto destacada dirigente desta companhia de teatro.
Esta é a primeira vez que os três diretores artísticos do Chão de Oliva — Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal e Susana C. Gaspar — trabalham simultaneamente na criação e interpretação da nossa Companhia de Teatro de Sintra, numa estreia absoluta do texto de Miguel Falcão.
O autor, Miguel Falcão, para lá das suas filiações estéticas, num exercício de intertextualidade e referências múltiplas, de “Dias Felizes” de Samuel Beckett a Chavela Vargas, leva-nos, com esta peça, a refletir sobre algumas temáticas que emergem como centrais no debate da atualidade no que diz respeito à violência contra as mulheres. A violência sistémica e quotidiana, que subsiste e é transversal a diferentes sociedades, que cultiva o medo no dia-a-dia das mulheres. O medo de serem assediadas, violadas, censuradas e repreendidas socialmente.
Resta dizer que Miguel Falcão é exímio na operação de desconstrução de estereótipos de género que vão da idealização romântica do amor e das relações, ao sentimentalismo atribuído às mulheres, passando pelas imposições associadas à construção da feminilidade através da maternidade, do casamento etc, até aos comportamentos de competição e rivalidade entre mulheres.
Miguel Falcão é doutorado em Estudos de Teatro (2006, Faculdade de Letras – Universidade de Lisboa), especializado em Teatro e Educação (2000, Escola Superior de Teatro e Cinema – Instituto Politécnico de Lisboa). Professor Coordenador na Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Lisboa. Investigador Integrado do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras – Universidade de Lisboa (desde 2006).
Na área da escrita para teatro, foi distinguido com o Prémio de Teatro Lucilo Valdez, em 2020 (pela peça Os últimos anos do Homem-Celha, ed. Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2021), o Prémio Nacional das Artes Performativas Maria João Fontaínhas, em 2022 (pela peça As Ressuscitadas) e o Prémio Miguel Rovisco – Novos Textos Teatrais, em 2024 (pela peça Sombras, ed. Teatro da Trindade/INATEL, 2024). A partir das suas peças, foram criados os espetáculos 23 segundos (Comuna – Teatro de Pesquisa, com encenação de João Mota), Sombras (Teatro da Trindade, com encenação de Ana Nave) e As Ressuscitadas (Companhia de Teatro de Sintra, com encenação de Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal e Susana C. Gaspar).
Os codiretores artísticos do Chão de Oliva Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal e Susana C. Gaspar, unem-se pela primeira vez na criação deste espetáculo como encenadores e atores, dando vida a uma história disruptiva. Partem de referências estéticas do expressionismo e de um universo de desconstrução de códigos e signos, num exercício permanente de equilíbrio entre a fisicalidade e a palavra.
Nuno Correia Pinto – Willie
Paula Pedregal – Winnie 1
Susana C. Gaspar – Winnie 2
Os ambientes físicos e sonoros do espetáculo “As Ressuscitadas” estão a cargo de, respetivamente, Luís Santos, artista plástico e cenógrafo, e Pedro Branco, músico e compositor.
Companhia residente do Chão de Oliva – Centro de Difusão Cultural, a Companhia de Teatro de Sintra (CTS) foi a primeira estrutura profissional de teatro a ser criada em Sintra, em 1990, mantendo, desde então, uma atividade contínua de criação.
O crescente reconhecimento do trabalho desta Companhia reflete-se em convites para a participar em festivais e colaborar em coproduções com várias companhias e estruturas portuguesas e estrangeiras, como são o caso, entre outras, de A Comuna – Teatro de Pesquisa, Companhia de Teatro de Almada, Teatro Praga, JGM, Teatro da Garagem, Mala Voadora, Compª Cuarta Pared (Madrid), Teatro Matarille (Santiago de Compostela), Grupo Teatro Por Que Não? (Santa Maria, Brasil), Grupo Lareira Artes (Maputo, Moçambique), CACAU-Fundação Roçamundo (São Tomé e Principe), Fladu Fla (Cabo Verde).
Criação: Companhia de Teatro de Sintra
Autoria: Miguel Falcão
Dramaturgia, Criação e Interpretação: Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal e Susana C. Gaspar
Direção de atores: Susana Arrais
Cenografia e figurinos: Luís Santos
Confeção de figurinos e cenografia: Atelier Rosário Balbi
Sonoplastia: Pedro Branco
Desenho de luz: Rui Seabra
Produção: Chão de Oliva
Direção de Produção: Nuno Correia Pinto
Produção Executiva: Nisa Eliziário
Secretaria de Direção e Produção: Cristina Costa
Execução e montagem cenográfica: Luiz Quaresma
Costureira: Rosário Balbi
Operação técnica de luz e som: Ton Bonassa
Direção de comunicação: Susana C. Gaspar
Assistência geral: Gonçalo Pereira
Assessoria de imprensa: The Square
Direção Artística do Chão de Oliva: Nuno Correia Pinto, Paula Pedregal e Susana C. Gaspar
Projeto financiado por: República Portuguesa – Cultura / DGArtes
Apoios: Câmara Municipal de Sintra, Culto da Tasca, Dona Estefânea, Apeadeiro, Jornal de Sintra e Correio de Sintra
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