Promíscuo, alienante, gerador de violências são acusações que se lançam ao futebol, confundindo o jogado dentro das quatro linhas com o outro dos corredores e gabinetes.
A nós interessou-nos a abordagem do primeiro, já que o segundo é uma distorção que reflecte esta sociedade que temos e que serve os interesses dos senhores dos gabinetes ou que traficam nos corredores. Não nos interessou – embora com ela não pactuemos -, a promiscuidade política-futebol; a alienação que muitos políticos impulsionam; o esbanjamento dos dinheiros públicos em nome do um tal “desígnio nacional” ou o futebol da violência fomentada pelas más condições de vida.
Interessou-nos o futebol cerimónia congregadora de emoções; o efémero da vitória; a fraternidade da(s) tribo(s) das nossas origens e do nosso devir como humanos. Interessou-nos o trabalho desses outros atletas que são os actores que por vez da bola, do drible, do cruzamento milimétrico, utilizam a palavra e o corpo para emocionar e arrebatar a assistência.
João de Mello Alvim
Autores: Álvaro Magalhães, Carlos Tê, João Garcia Miguel, José Topa, Jorge Listopad e Luís Vieira; Encenação: João Garcia Miguel e João de Mello Alvim (coordenação); Interpretação: Luís Vieira, Manuel Vicente*, Maria João Fontaínhas, Marta Vieira, Nuno Correia Pinto e Tiago Matias; Imagem Gráfica: João de Mello Alvim e André Rabaça; Desenho de Luz: André Rabaça; Sonoplastia: Carlos Arroja; Direcção de Montagem: Nuno Correia Pinto; Montagem: André Rabaça, Nelson Vicente e Tiago Matias; Direcção de Produção: Maria João Fontaínhas; Secretariado de produção: Sónia Dourado
* Aluno do Curso de Iniciação Teatral 2004
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