- Este evento já decorreu.
26 Out | TEARTI – Uma Escuridão Bonita | Centro Cultural Português, Praia, Cabo Verde
Outubro 26, 2023 @ 7:00 pm - 9:00 pm
A Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva e a Companhia de Teatro Fladu Fla apresentam:
Uma Escuridão Bonita
Um espetáculo baseado no texto de Ondjaki, autor internacionalmente reconhecido e premiado. Com encenação e adaptação de Paula Pedregal, da Companhia de Teatro portuguesa, Uma Escuridão Bonita foi o espetáculo escolhido pela produção do VII Festival TEARTI para encerrar o mesmo na Casa da Cultura Portuguesa da cidade da Praia, Cabo Verde, já no dia 26 de outubro. A interpretação é de uma dupla de atores da Fladu Fla, Sheila Martins e Alvaro Cardoso.
DATA: 26 OUT | Qui. 19h – 21h (hora local – Cabo Verde)
LOCAL: Centro Cultural Português da Praia, Cabo Verde
ORGANIZAÇÃO: VII TEARTI – Festival Internacional de Teatro do Atlântico | Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva | Companhia de Teatro Fladu Fla – Cabo Verde
DESTINATÁRIOS: Público em geral a partir dos 6 anos
Evento gratuito, mas com necessidade de inscrição prévia – Inscreva-se aqui
Sobre o espetáculo UMA ESCURIDÃO BONITA
Ondjaki propõe-nos uma viagem permeada de poesia e emoções, que inspira toda a equipa artística desta produção e que convida os espectadores, jovens e não só, a lugares de contemplação.
Pamodi ku ta inventa stórias?
Pa nós skuridon fika más bonita.
E se faltasse a eletricidade, e não fosse possível carregar dispositivos móveis? E se tivéssemos que usar as lanternas, a luz das velas, durante umas horas por dia, durante uns dias? Teria esse momento alguma espécie de magia? Talvez o teatro possa devolver a possibilidade de se imaginar, sonhar, serem felizes, sem a tecnologia sempre presente nas suas vidas. Que lugar ocupa a natureza na vida das crianças/jovens que vivem longe do campo? Será que trepar às árvores e saltar muros, ainda é um desafio excitante? Será que o primeiro beijo ainda é uma experiência marcante?
“Uma Escuridão Bonita” é muito mais que a estória de um beijo. Mas podia ser apenas isso…
Paula Pedregal, codiretora artística no Chão de Oliva, pensou este espetáculo em torno de questões que a preocupam atualmente: “uma das questões mais imediatas relaciona-se com o impacto da tecnologia na saúde mental destas crianças e adolescentes”, e há também nesta criação uma reivindicação: “Questionar a mercantilização do lazer e exigir o direito ao ócio – o tempo sem obrigações – como premissa essencial e obrigatória, para um crescimento saudável; o direito de ter tempo para brincar, não fazer nada, para conversar, para contemplar, para imaginar ou ouvir o silêncio… “.
A encenação pretende, ao contar esta estória, manifestar uma posição relativamente à forma como nós, os adultos, ocupamos o tempo das crianças e já agora, o nosso tempo, tendo implícita uma reivindicação: o direito ao ócio – o tempo sem obrigações – como premissa essencial e obrigatória, para um crescimento saudável; o direito de ter tempo para brincar, não fazer nada, para conversar, para contemplar, para imaginar ou ouvir o silêncio…
Assim, entre os vários questionamentos que trazemos para debate através deste texto, salientamos por exemplo a mercantilização do lazer que a sociedade contemporânea visa, dificultando os momentos de lazer gratuitos, ainda disponíveis e ao alcance de todos.
Sheila e Alvaro fizeram uma residência de 1 mês e ½ em Portugal, com o Chão de Oliva, para a realização desta criação artística e, nas palavras de Sheila “Os ensaios foram intensos, mas muito gratificantes. Enquanto atriz dessa coprodução, pude testemunhar o nascimento de algo verdadeiramente especial. A união das mentes criativas e a paixão dedicada a cada detalhe resultaram numa experiência única.” e também “A peça faz-nos questionar, rir, chorar e, acima de tudo, refletir sobre a beleza que reside até mesmo nos momentos mais sombrios da vida. É uma obra que nos convida a explorar os cantos e encantos mais escuros da existência humana, iluminando aspetos da vida que muitas vezes são ignorados.”.
Foram muitos os espetadores que assistiram, entre 12 e 22 de outubro, ao espetáculo Uma Escuridão Bonita, na Casa de Teatro de Sintra, com salas cheias em quase todas as sessões, fazendo desta uma coprodução de sucesso. “Fui ao teatro e saí com a sensação de ser criança novamente, embalada nos braços da poesia do texto e delicadeza da Sheila Martins e do Alvaro Cardoso, que hipnotizam o público”, afirmou Cláudia Faria, uma das espetadoras, após a estreia do espetáculo. A equipa contou, inclusive, com a presença e apoio do autor da obra original, Ondjaki, no dia do ensaio geral.